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Saca aqueles jogadores que passam pelo Flamengo e que um rubro negro, mesmo não vivendo na mesma época, tem a obrigação de saber quem é? Então, Bujica é esse cara. Por favor, conte a história do Caçador dos Marajás para os mais novos, pra quem não viveu a delicia que foi arrebentar com a autoestima elevada dos vascaínos na estreia de um ex-ídolo rubro negro pelo rival.
Pra quem não viveu entender, vou fazer uma analogia:
Imaginem, somente imaginem, pelo amor de Deus, que o Love, jogando do Flamengo, foi transferido para o Vaskin. A negociação foi truculenta e o Love saiu porque iria ganhar mais dinheiro no Vaskin, além da diretoria do Flamengo não ter dado muita moral pra ele. No campeonato brasileiro do mesmo ano, o Vaskin marca a estreia do Love para o clássico contra o Flamengo. Festa para os vascuínos, contando com goleada, dor de cotovelo para os RNs, que vinham mal na competição. Dor de cotovelo até Bujica mostrar o que o rubro negro tem: com dois de Bujica, herdeiro da posição deixada por Love no Flamengo, o até então desconhecido atacante passou à condição de ídolo rubro-negro, recebendo a alcunha de o caçador de marajás, em clara alusão à Love.
Voltando para o mundo real, é só, nessa analogia, tirar o Love, que é tão ídolo quanto o Bebeto era, na época, e colocar o Bebeto. Entendeu por que o Bujica é um DESTAQUE RUBRO NEGRO?
Revelado na Gávea, no ano de 1989 subiu para o time principal, então comandado pela dupla Zico e Júnior, e com apenas dezenove anos de idade, teve suas primeiras chances em partidas amistosas, estreando pra valer, apenas no dia 29 de julho em partida válida pela Copa do Brasil contra o Blumenau. Naquela, que era a sua terceira partida como profissional, Bujica marcou dois gols e chamou para si olhares curiosos. Totalizou no dia 28 de outubro de 1989 suas primeiras oito partidas com a camisa do Fla, esta última, uma derrota para a Portuguesa, que punha o Flamengo em situação delicada no Campeonato Brasileiro. A situação ficava ainda mais complicada, em virtude de o clube ter que enfrentar apenas uma semana depois o Vasco da Gama, que vinha embalado na competição, e que houvera contratado o ex rubro-negro Bebeto, que antes, prometera uma atuação de gala contra o Fla, que o revelou.
A missão do ainda jovem Bujica, não era definitivamente das mais fáceis, no entanto, o jogador tinha sempre encontrado dificuldades no seu caminho até aquele momento, e resolveu ouvir as motivadoras palavras de Zico no vestiário, que apelavam para que o Fla fosse para cima do rival incansavelmente, e assim o fez. O Maracanã que estava lotado para assistir o show prometido por Bebeto teve que se render a Bujica, o capixaba que via sua estrela brilhar, e mais, lavava a alma da sedenta torcida do Mais Querido do Brasil Flamengo. Ali, ao marcar dois gols contra o time de São Januário, mais do que anotar seu nome na história, Bujica entrou para a galeria dos mitos rubro-negros.
Para a tristeza dos rubro-negros, porém, Bujica mais tarde não conseguiria se firmar, e apesar de ter faturado a Copa do Brasil de 1990, foi negociado com o Botafogo, contra vontade do próprio jogador que preferia ter ficado na Gávea, lugar que sempre considerou como sendo a sua casa, Bujica aliás, em recente entrevista á mídia especializada declarou que "Depois do Flamengo, tudo parecia pequeno. Fui criado vivendo uma dimensão que nenhum outro clube conseguiria me proporcionar."
Botafogo, América RJ, Fortaleza, Inter de Limeira, Operário, Bahia, Alegrense e Estrela do Norte, além do peruano Alianza Lima, além da LDU do Equador, foram outros clubes pelos quais Bujica passou, sem nunca esquecer das alegrias vividas no pouco tempo de profissional que atuou pelo Fla.
A torcida do Flamengo também, por sua vez, não tira Bujica da lembrança, de forma que o ex-jogador cede inclusive o nome para um grupo de amigos, fãs-aficionados, o Fla Bujica, e ainda recentemente, foi protagonista de um documentário que conta sua façanha e foi produzido pelo rubro-negro Arthur Muhlemberg.
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