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O grito das torcidas ainda é Ahh Uhhh o Maraca é nosso, mas isso está longe de ser verdade. De quem ele é? Difícil de responder – ou não – mas que não é nosso, isso temos certeza. Só que isso não se trata de especulação nem comentários e sim de fatos.
Como o lastimável ocorrido neste dia 13 de março. (foto Celso Pupo)
Como tenho falado há algum tempo, desde dezembro fazíamos solicitações regulares para tentar entrar no estádio, como fizemos ao longo de todo o ano de 2012. Aliás, não só nós, mas centenas de jornalistas. Praticamente todas atendidas.
Cada mês, víamos o passo a passo, assim com todos os veículos de imprensa. Coletivas, visitas da FIFA e do Ministério dos Esportes eram informadas e acompanhadas, sem falar em entradas no estádio aleatórias, já que várias pautas diferentes eram criadas. Sabíamos que em alguns dias, predefinidos, o vai e vem era grande, mas sempre era possível resolvido. Além disso, foi criada a visita guiada que reuniu centenas de torcedores que se inscreviam para entender o que acontecia.
Só que no fim de dezembro, as portas se fecharam.
A alegação, na ocasião, era até procedente. Com o início da etapa referente à nova cobertura, a resposta era sempre a mesma: por questões de segurança ninguém pode entrar no estádio, diziam as assessorias de imprensa. Tive a informação de colegas que ficaram na porta e não conseguiram autorização para entrar. Emails, telefonemas com mais solicitações e nada. Essa proibição começou a gerar dúvidas e especulações. Para ver o que estava acontecendo só de helicóptero, o que não é dos veículos mais comuns de se pegar ali na esquina. Volta e meia era acordada com o barulho de helicópteros sobrevoando o estádio. Sabia que vinha matéria no mesmo dia.
Foi então marcada uma coletiva após a reunião de planejamento da FIFA para a Copa das Confederações, na manhã do dia 13 de março. Presença de diversas autoridades, sendo que o prefeito Eduardo Paes; secretário da casa civil, Regis Fichtner; e o ministro dos esportes, Aldo Rebelo. O ministro e o secretário foram questionados sobre diversos pontos e aproveitei para perguntar porque a imprensa não podia entrar no Maracanã – vejam o vídeo. Regis Fichtner disse que as visitas técnicas da FIFA eram fechadas enquanto o Ministro falou que desconhecia o fato.
No mesmo período do dia, a equipe de jornalismo da TV Globo tinha autorização para entrar. A luz da reportagem da para detectar o período do dia que foi feita. Aliás, em duas etapas porque na que foi ao ar no dia 14 o sol era forte e no Rio, o tempo estava nublado. Na frase de abertura da matéria dizia “a primeira a entrar”. Como assim? Isso não foi uma matéria batalhada só por eles. Esse era um pedido que todos estavam fazendo há, pelo menos, dois meses e meio. Aliás, uma informação que era direito de todos. Qual a explicação para isso?
Quando uma reportagem é obtida graças ao empenho das equipes, que vão a fundo encontrar respostas é louvável e merece todos os elogios. Só que isso é uma vergonha para a imprensa carioca. No meu caso, tenho os pés bem no chão para entender que blogueiros e mídia independente não são levados em conta em vários momentos, mas e os outros colegas? E os que foram barrados na porta de entrada do Maracanã sem autorização para entrar? E isso aconteceu mais de uma vez.
Não consigo encarar isso como uma situação comum. É vergonhoso, grave, sem ética e com outras coisas que nem dá para falar aqui.
Temos o maior respeito por vocês que nos acompanham e não vamos deixar de noticiar mas dentro dos nossos limites. Isso foi o início do Fim de Jogo. Os arredores, o que o torcedor precisa, o que vemos sem que tenhamos que pedir autorização a ninguém. É o nosso olhar do Maracanã, mas agora de outra forma. A sensação dessa situação é difícil de descrever.
O jeito é ver o nosso Maracanã de longe, como na foto. Aliás, esse ponto de observação é cativo e ninguém tira ele de nós. Não precisamos de autorização para ele. Aos colegas que levaram a rasteira, saibam que entendemos o que estão sentindo.
Abaixo, o vídeo com o trecho das duas perguntas que fiz sobre a proibição da entrada da imprensa. Naquela hora…
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