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Não há tempo para lamúrias. A derrota contra o São Paulo, da forma como o time se comportou, foi para acusar o golpe. Foi um choque de realidade cruel e, de certa forma, bem-vindo. Melhor agora, antes da tão falada pausa para a Copa e com técnico recém chegado do que na 30ª rodada. Melhor estar em 16º agora do que na 37º rodada de um campeonato que estar a 17º posição é requisito para a série B.
Temos mais um compromisso pelo Brasileiro, contra o Bahia em Macaé, com o espaço de tempo que ainda não tivemos no Brasileiro: estreará as rodadas de meio de semana. Entendeu por que não há tempo para lamúrias?
Não se lamuriar significa levantar a cabeça e dar a volta por cima. Para os jogadores, é hora de se esforçar o dobro do que eles acham que estão se esforçando. É o capricho no toque final, é não querer uma bola só para ele durante o jogo, é acreditar que as coisas darão certo e, finalmente, não acharem que eles jogam mais do que jogam. Estão dispensados, portanto, o passe com firula, o drible desnecessário e o gol driblando geral. Se a fase não é boa, como não é, faz o simples que a gente chega a vitória. Nosso time está longe de ser o time de perebas que se prega embora esteja abaixo do que a grande maioria quer para time do Flamengo.
O torcedor também tem o seu papel nesse processo. Vamos exigir, vamos cobrar, vamos atanazanar a vida dos caras. Mas VAMOS APOIAR! Afinal de contas, perebas ou não, eles representam o time que, se anda despertando coisa ruim em você, já despertou MUITA coisa boa. Ou você já esqueceu daquela imensa alegria e orgulho que esse time te eu no final de novembro? Você não acha bacana quando alguém te apóia num momento difícil? Por que um grupo de jogadores que vestem vermelho e preto e entram em campo não acharia?
Apesar desse discurso de apoio, que sempre terei porque acho que o que o Flamengo tem de mais forte vem das arquibancadas, não estou nem um pouco satisfeita com o que ando vendo em campo. Falta qualidade, falta percepção do que é Flamengo, falta vontade e falta obstinação. A obstinação de fazer a coisa certa, de buscar a excelência. Sabe um cara que sempre representou essa obstinação que eu falo? Um lateral direito que o Flamengo teve na década de 90 chamado Maurinho. Ele não tinha a técnica do Léo Moura, mas tenho certeza que Maurinho, que era meio de campo e certo dia foi improvisado na lateral direita, mesmo com erros que cometeu, perseguia, dia após dia a perfeição. O erro acontecerá, mas eu quero ter a sensação de que o que foi tentado, foi o melhor que se podia naquele momento.
Teremos o Bahia pela frente. Que o nosso técnico perceba que se quiser manter Léo Moura e André Santos no time, ele precisa de dois cabeças de áreas que se encarreguem de cobri-los. A avenida na esquerda que o André Santos deixava ontem é coisa de pelada dos tios de 50 anos. É o principal defeito de um time ue corre na defesa para suprir os espaços deixados pelos dois laterais. É um Deus nos acuda e não há posicionamento de zagueiro na área que seja eficiente com isso.
A vitória do Mengão, Mengaço, Flamengão, jogando com seriedade e com disposição, é questão de tempo. Tempo esse que não é feito para se lamentar e sim, para trabalhar.
VAMOS FLAMENGO!
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